Legenda: Artista;
Manoel Martins
S/D
Local: Praça da Liberdade
Fonte: foto arquivo
particular
A Fonte das Três Graças está localizada na Praça da
Liberdade, que foi planejada e construída na época da fundação da capital
mineira 1895/1897. Segundo Caldeira,
[...] no contexto
urbano de Belo Horizonte, a Praça da Liberdade tem um significado e uma
apropriação diferenciada de outros espaços públicos da cidade. Inserida no
plano da cidade, para abrigar a sede do governo de Minas Gerais, esta praça não
é uma praça qualquer, ela foi criada, juntamente com a cidade, sob a
"aura" da modernidade, ocupando um lugar de destaque (CALDEIRA, 1998,
p.1).
A ideia de abrigar a sede do governo de
Minas Gerais faz da Praça da Liberdade um marco para a cidade de Belo Horizonte,
pelo caráter simbólico, de valor histórico, político e sociocultural.
Emoldurada pelo Palácio do Governo e pelas primeiras
secretarias do Estado de Minas, cujas construções manifestam o espírito
republicano da época, ao longo dos anos a Praça acolheu diferentes estilos
arquitetônicos, por exemplo: na década de 1960 e 1970, estilo moderno, com a
arquitetura de Oscar Niemeyer, o qual projetou a Biblioteca Pública e o
Edifício Niemeyer; e de Raphael Hardy Filho, quem assinou o projeto do
Instituto da Previdência dos Servidores do Estado – IPSEMG.
Já na década de 1980, surge o estilo pós-moderno, projetado
pelos arquitetos Éolo Maia e Sylvio de Podestá, cujo exemplar é a Rainha da Sucata.
De modo que a Praça contornada por esse ecletismo
arquitetônico estabelece, também, um diálogo com as esculturas: de estilo
clássico, a Fonte das Três Graças, do artista Manuel Martins, e a Moça Mirando
o espelho D’água, de autor desconhecido; do estilo minimalista, a Liberdade, de
Ricardo Carvão Levy, que foi instalado no local, em 1991, ocasião da
comemoração do 94° aniversário de Belo Horizonte, e de bustos[1]
de forma realista, presentes no local,
por exemplo o busto do fundador de Belo Horizonte, Crispim Jacques Bias Fortes;
do estadista Senador Júlio Bueno Brandão; do romancista e poeta Bernardo Guimarães
e outros dois sem identificação.
Também em 1991, fez-se na Praça uma
revitalização, visando “a recuperação do simbolismo de um espaço praça que
havia abrigado o footing[2].
Era a busca da praça, enquanto um território de sociabilidade voltado para o
lazer, refutando a imagem da praça de mercado” (CALDEIRA, 1998, p.3).
Além desse espaço de sociabilidade, a
Praça, com a implantação do Circuito Cultural da Liberdade, inaugurado em 2010,
tornou-se um grande complexo cultural para a população. Tanto o Palácio como as
Secretarias deram lugar a modernos museus, como: a Casa Fiat de Cultura,
instalada no antigo Palácio dos Despachos; o CCBB, no prédio da antiga
Secretaria de Estado de Defesa Social; o Espaço do Conhecimento, na antiga
Reitoria da UEMG; o Memorial Minas Gerais Vale, instalado no antigo prédio da
Secretaria de Estado da Fazenda; o Museu das Minas e do Metal – MM Gerdau, que
ocupa o antigo edifício da Secretaria de Estado da Fazenda, e o Palácio da
Liberdade, prédio central do conjunto arquitetônico da Praça, sede histórica do
Governo de Minas Gerais e antiga residência oficial, agora aberto à visitação.
Com isso, o sentido funcional da praça,
que ao longo do tempo sofreu transformações. Segundo Caldeira (1998), várias
praças surgiram no mesmo espaço, numa espécie de sobreposição de arquétipos,
como: a praça do poder, do encontro, do footing,
das manifestações políticas, das feiras e que, de certa forma, foi se
legitimando como símbolo urbano.
E se encontra nessa praça, a escultura
denominada Fonte das Três Graças, que é considerada o cartão postal da Cidade.
Com
graça e leveza, características próprias do estilo neclássico[3],
a escultura Fonte das Três Graças, medindo 3 metros de altura, “compõe-se de
três estátuas femininas, dançando de mãos dadas, à semelhança das mitológicas
graças[4];
embaixo, duas sereias em cima de duas cabeças de carneiro, colocadas na
extremidade da bacia”, Teixeira; Oliveira (2006, p.66).
A
escultura é formada por duas grandes subunidades, isto é, dois grandes grupos
representativos de uma única obra, e por outras, em menor proporção. A
interpretação visual da forma requer um tempo maior para a apreensão, devido à
complexidade de elementos presentes na sua estrutura formal. Gomes (2000, p.
79) esclarece que “a complexidade implica, quase sempre, numa complicação
visual, devido à presença de numerosas unidades formais na organização do
objeto, tanto das partes como do todo em si”, isto é, exige um olhar mais
atento para a apreensão e compreensão da escultura.
[3] Neoclássico
é um movimento europeu do século XVIII e parte do XIX .Caracterizou-se pela
retomada da arte antiga, especialmente greco-romana, considerada modelo de
equilíbrio, clareza e proporção.
[4] Graças, nome latino das Cárites Gregas, eram deusas da fertilidade, do
encantamento, da beleza e da amizade. As Graças representadas na fonte são:
Tália, Eufrósina e Aglaia.
Perfeito os comentários sobre a fonte das 3 graças, que necessito para fazer um trabalho. Obrigado.
ResponderExcluirPerfeito os comentários sobre a fonte das 3 graças, que necessito para fazer um trabalho. Obrigado.
ResponderExcluirFico Feliz que gostou! Este é um dos objetivos do blog...
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